Vieira foi interrogado pela Polícia Judiciária no caso do juiz Rui Rangel

Vieira foi interrogado pela Polícia Judiciária no caso do juiz Rui Rangel
Foi na sexta-feira passada, dia 13, que o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira foi à sede da Polícia Judiciária para ser interrogado como arguido no caso Lex.

O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, acompanhado do advogado Raul Soares da Veiga, chegou à sede nacional da Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa, pouco depois das 10 horas da manhã, no dia 13 deste mês. Dentro do edifício tinha à espera vários inspetores da PJ e as duas procuradoras titulares do caso Lex. Durante várias horas Vieira foi interrogado como arguido no processo que visa a teia de relações perigosas do juiz desembargador Rui Rangel.

Saliente-se que Vieira já tinha sido constituído arguido durante as buscas realizadas em fevereiro de 2018. E isto porque o presidente do Benfica foi um dos alvos privilegiados da primeira operação policial do processo. Vieira foi constituído arguido em casa (morava nas proximidades de Rangel, no Dafundo, no concelho de Oeiras), apesar de se recusar a assinar a notificação e constituição de arguido e o respetivo auto de busca domiciliária. 

Mas as autoridades deixaram logo consignado no processo-crime que os direitos e deveres de arguido foram lidos a Vieira, tornando válida até a medida de coação de termo de identidade e residência (a menos gravosa, se bem que o presidente do Benfica também já era arguido num outro processo relacionado com empréstimos de milhões de euros do BPN).

A ligação do presidente do Benfica à Operação Lex é explicada pelo facto de as autoridades suspeitarem da alegada intervenção de Rangel num processo fiscal que visará uma das principais sociedades anónimas do grupo empresarial de Luís Filipe Vieira, dirigida pelo filho Tiago Vieira.
 
SÁBADO apurou que as autoridades terão escutas telefónicas de conversas entre Vieira e Rangel sobre vários negócios polémicos que envolverão alegadas contrapartidas oferecidas por Vieira ao juiz desembargador (a nomeação para cargos relacionados com entidades dependentes do clube da Luz, por exemplo). Num comunicado publicado ainda durante a operação policial, que se estendeu à SAD do Benfica, o clube confirmou as buscas, mas limitou-se a frisar que o objeto do processo não o visava. 

Já Vieira não se pronunciou publicamente sobre o processo e as eventuais ligações suspeitas a Rangel.Agora, foi chamado a dar explicações à PJ e ao Ministério Público (MP). E o interrogatório aconteceu cerca de uma semana depois de o Conselho Superior da Magistratura (CSM) aplicar a pena de demissão ao juiz Rui Rangel. A decisão de expulsar o magistrado foi tomada por maioria dos membros do plenário do CSM e apenas com um voto vencido.

Entre os indícios que os invetsigadores julgam ter contra Rangel e Vieira estarão alegadas provas e conversas telefónicas gravadas aos dois homens durante os vários meses em que foram alvo direto de vigilâncias da Judiciária. O magistrado judicial foi escutado em dezenas de conversas telefónicas, seguido por equipas encobertas de inspetores e as suas contas bancárias foram analisadas ao pormenor. O mesmo se passou com os dados financeiros das ex-mulheres do juiz, a também desembargadora Fátima Galante e da advogada Rita Figueira, a então mulher.
 
Os indícios recolhidos levaram os investigadores a concluir que Rangel terá montado uma autêntica central de favores na magistratura (recebendo vantagens indevidas por informações ou pela agilização de processos) e utilizado eventuais testas-de-ferro - por exemplo, o advogado José Santos Martins e o seu filho Bernardo - para fazer contatos e dissimular o recebimento de centenas de milhares de euros.
 
Uma parte deste dinheiro terá sido depositado em contas bancárias de Santos Martins e do seu filho e depois transferido para as duas antigas mulheres de Rangel. O dinheiro poderá ainda ter sido usado para pagar despesas pessoais do juiz, inclusive o seguro de um carro. Em causa está a suspeita da prática de crimes de corrupção ou recebimento indevido de vantagem, branqueamento de capitais, tráfico de influência e fraude fiscal qualificada, conforme um comunicado feito pela Procuradoria-Geral da República.
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